COLUNA DO MEIO

Zé Roberto, Tiffany e o título mundial de vôlei

Por Luciano Maluly

O Brasil conquistou os vice-campeonatos da Liga das Nações em Rimini, na Itália, e dos Jogos Olímpicos em Tóquio, no Japão, em 2021, sendo derrotado pelos Estados Unidos nessas finais.

O time evoluiu, especialmente com o retorno da veterana e talentosa meio de rede Carol Gattaz, única brasileira na seleção do  torneio olímpico, e da líbero Camila Brait, que se aposentou da equipe logo após a conquista da medalha de prata.

Agora, a seleção tem um desafio que pode coroar em definitivo a carreira do técnico José Roberto Guimarães: a conquista inédita do título de campeã mundial de voleibol feminino.

O torneio será realizado nos Países Baixos e na Polônia, em 2022, e será, talvez, a última oportunidade desse herói nacional que, junto com Bernardinho, transformou sonhos em ouro.

Todavia, a seleção brasileira está um passo atrás das norte-americanas comandadas por um dos mais talentosos jogadores da história da modalidade, Karch Kiraly. Logo, Zé Roberto precisará de um diferencial para desestabilizar o jogo das rivais.

Tiffany Abreu é uma jogadora experiente que já atuou no exterior e defendeu a equipe do Sesi Bauru nas últimas temporadas. A regularidade é uma marca da atleta que mantém sempre o alto nível de desempenho durante as competições.

Agora, a oposta joga na equipe de Osasco treinada pelo experiente Luizomar de Moura. Logo no primeiro torneio, o time conquistou o campeonato paulista com  performance espetacular de Tiffany, particularmente nas finais quando desiquilibrou as partidas contra a excelente equipe de Barueri, treinada também por Zé Roberto.

Tiffany vive o melhor momento na carreira e nunca foi convocada para defender a seleção. Ou seja, talvez seja sua última oportunidade de vestir a camisa canarinho.

Ela pode ser o diferencial para derrotar as adversárias, em particular as temidas norte-americanas numa possível final.

Sendo assim, Zé Roberto tem a chance de mudar, mais uma vez, a história do vôlei brasileiro e, por conseguinte, da nossa sociedade.

Luciano Maluly é professor de jornalismo esportivo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. E-mail: lumaluly@usp.br