CrônicasNA ACADEMIA

A incrível história de superação do atirador húngaro bicampeão olímpico

Por Edwaldo Costa

No início de 1938, o atirador húngaro Károly Takács ganhou o campeonato mundial e se tornou a principal esperança húngara para a Olimpíada de Tóquio, mas ela foi cancelada devido à Segunda Guerra Mundial.

Em maio de 1938, em uma ação militar, uma granada defeituosa estourou na mão direita de Károly, que era sargento do exército húngaro.

Károly entrou em depressão, mas seu treinador Lazlo Toroc o convenceu a aprender a atirar com a mão esquerda e o estimulou a se preparar para o campeonato húngaro. Faltava menos de 1 ano para o campeonato.

Em 1939, ele foi ao campeonato nacional. Seus colegas imaginaram que ele estava ali só para apoiá-los, mas ele foi competir. Não só competiu como ganhou.

Em 1948, ele foi à Olimpíada de Londres, a primeira do pós guerra.

“O que faz aqui?”, perguntou-lhe Carlos Valente, argentino, campeão e recordista mundial em pistola rápida de 25 metros, com 570 pontos. Seria membro da equipe técnica? Juiz? Károly respondeu “Vim para aprender”.

Károly fez 580 pontos, 10 a mais que o Carlos e se tomou campeão olímpico e recordista mundial.

Em 1952, em Helsinque, aos 42 anos, foi mais uma vez campeão olímpico.

Imagine como seria o mundo se todos fôssemos capazes de encarar desafios e obstáculos como ele, ao invés de nos rendermos aos obstáculos e sentirmos pena de nós mesmos.

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil