NA ACADEMIA

EDSON MORREU, PELÉ E SEU FUTEBOL ARTE SERÃO ETERNOS!

Edson Arantes do Nascimento se foi no dia 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos. E a reverência com a qual o Brasil e o mundo tratou Pelé é uma prova do legado que ele deixou. Poucos talvez não tinham ideia do tamanho da representatividade da palavra, tão pequena, Pelé. E quem não sabia teve ideia do tamanho nesses dias que marcaram sua despedida.

Não vi Pelé jogar. Mas meu pai viu. E daí vem meu amor pelo Santos. Meu pai, o Antonio Edwaldo Dunga Costa, também é santista fanático, disse que muito mais do que lamentar a ausência do rei, o momento é de dimensionar o legado de Pelé. Prova disse é que atletas, cidades, campeonatos, ligas esportivas, jornalistas, políticos, bandas, celebridades (inter)nacionais e até o papa prestaram reverência ao brasileiro mais conhecido da história.

Essa popularidade trouxe algo positivo para o futebol e para o Brasil. O mineiro, preto, de Três Corações virou rei, sinônimo de qualidade e marca insuperável no esporte mais popular do planeta.
O Rei trocou Três Corações-MG por Bauru-SP ainda aos quatro anos porque seu pai, Dondinho, havia sido contratado para defender o Bauru Atlético Clube, em 1945. O adolescente só deixou o interior paulista em 1956, para defender o Santos.

Após ser convocado pela primeira vez em julho de 1957, pelo treinador Sylvio Pirillo (exatamente um ano após ter estreado no futebol), Pelé teve uma ascensão meteórica. Ele foi campeão do Mundo em 1958, tornando-se o mais jovem a conseguir o feito. Também se tornou o mais jovem bicampeão, em 1962 e o único tricampeão em campo, algo que ocorreu na Copa de 1970, quando fez, além de gols, jogadas memoráveis, como o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz, do Uruguai, e a cabeçada para o chão, defendida de forma histórica pelo goleiro inglês Gordon Banks.

Pelé colocou um desconhecido Brasil no mapa, fez o cidadão brasileiro se sentir poderoso, principalmente em viagens aos países de primeiro mundo.

Pelo menos 222 brasileiros, de 176 cidades, em 16 estados, receberam o nome de Edson Arantes do Nascimento em homenagem a Pelé. No Peru, 738 meninos receberam nomes em homenagem ao atleta.

Infelizmente perdemos o atleta Pelé, mas suas conquistas e o seu futebol arte permanecerá presente no imaginário popular, nas arquibancadas, nas conversas de bar, nos debates políticos, nos flertes dos jovens nas praias ensolaradas, no recanto dos lares e nas teses acadêmicas preenchendo cada espaço no vasto território nacional.

Imagens: Divulgação

 

* Edwaldo Costa é pós-doutorando pela ECA-USP e jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil