Notícias

A tragédia da Chapecoense

Domingos Salatine
A cidade modesta de Chapecó em Santa Catarina, região Sul do Brasil, com população de 210 mil  habitantes está em luto desde 29/11 com a tragédia do maior acidente na história do futebol. A Chapecoense se classificou ao vencer o San Lorenzo da Argentina para disputar o título da Sul-Americana com o Atlético Nacional da Colômbia.
No dia 28/11/16, às 15h15 a delegação da Chapecoense em voo comercial no aeroporto de Guarulhos, decola rumo a Sta. Cruz de Lá Sierra na Bolívia. Às 20h15 decola em uma outra aeronave fretada (LaMia) com destino ao aeroporto José Maria
Cordova, próximo à Medellin na Colômbia. Às 21h43 voo entra no espaço aéreo brasileiro, na região do
Amazonas.
À 0h37 de 29/11, o Avião faz uma curva para a direita, em direção ao aeroporto de destino,
sendo que a 0h42 ele inicia duas voltas no sentido anti-­horário, em constante desaceleração, à 0h55 é feito
o último registro da aeronave, à 1h00 o Avião contatou a torre de controle da Aeronáutica Civil da Colômbia
para informar que estava em emergência devido a falhas elétricas e a 1h30 a aeronave cai nas montanhas
de Cerro Gordo, no município de La Union (Colômbia), cerca de 30 Km do aeroporto José Maria Cordova
(Rio Negro). Chovia muito e fazia frio de 2 graus.
Dos 77 passageiros a bordo, 71 morreram; sendo19 jogadores e 25 membros da comissão técnica. A
tragédia também matou 20 jornalistas e 7 tripulantes; entre eles o piloto. O desastre com o avião da Chapecoense choca o mundo em 29/11, tendo como causa “Pane Seca”, quer dizer falta de combustível, que será declarado oficialmente a verdadeira causa pela Inglaterra, após análise das duas caixas pretas.
Comovidos, neste dia familiares e torcedores da Chape se reuniram na Arena Conda, em Chapecó para
rezar e aguardar notícias. O clube catarinense, que vivia seu auge, disputaria a primeira partida da final da
Copa Sul­Americana, em 30/11/16.
Com o acontecido, clubes, atletas e personalidades de todo mundo prestaram solidariedade e o futebol
parou para chorar o seu dia mais triste, a maior tragédia na história do futebol.
O clube colombiano em meio a várias publicações de solidariedade, publicou uma nota oficial sugerindo à
Conmebol que o troféu de campeão da Sul­Americana seja dado à Chapecoense. Em 05/12 a Conmebol
declarou os catarinenses campeões da Copa Sul­Americana de 2016.
Assim, a Chapecoense leva uma vaga na fase de grupos da Libertadores e na Recopa Sul­Americana, na
qual enfrentará justamente o Atlético Nacional, além de uma premiação de US$ 2 milhões de dólares (RS 7
milhões).
Para que os colombianos não saíssem financeiramente prejudicados, a entidade entregará o prêmio
“Centenário Conmebol de Fair Play”, que renderá ao clube RS 7 milhões.
A Chapecoense deverá montar praticamente uma nova comissão técnica para 2017, contando com a ajuda
da CBF na negociação com os clubes brasileiros a doação de jogadores para a formação do elenco.
Ficou muito claro a solidariedade dos colombianos para com os brasileiros, repercussão no mundo inteiro,
tanto no futebol quanto no papel do jornalismo, a importância do seu trabalho, levando a notícia ao mundo,
ficando a dor estampada no coração das pessoas, diante da perda humana no quadro futebolístico e do
jornalismo, principalmente os familiares das vítimas.
Finalizando, a tristeza maior foi ver os sonhos dos Chapecoenses, interrompidos nas montanhas de
Medellin na Colômbia, com o acidente aéreo da Associação Chapecoense de Futebol, fundada em 1973.